sábado, 15 de setembro de 2012

CAPÍTULO 3 "SEM TI NÃO TINHA PIADA"

Sentou-se novamente no seu lugar que ocupara anteriormente e esticou a mão fazendo-me chegar aquele pedaço de papel, que visivelmente continha algo lá dentro (era essa a sua função!).

Sofia: O que é isto? - perguntei apanhando o envelope.

Roberto (Pai): Como sabia que ia dar essa desculpa para não fazeres o que te pedi, eu, a tua mãe e a avó decidimos dar-te esta prenda - apontou para o envelope - e como também sabemos que não te queres separar da Clarinha, chega e sobra para as duas - sorriu.

Pude finalmente arranjar coragem para o abrir e deparar-me com uma surpresa.

Sofia: Eu não posso aceitar - olhei para a minha avó e para o meu pai - é muito dinheiro.

Apenas tinha um papel lá dentro e era um cheque no valor de 5.000€.

Dolores (Avó): Não aceitamos um não como resposta e é da maneira que temos a certeza que descansas e te divertes. - falou como matriarca da família, mas com um toque de "avozinha" que lhe era característico.

Roberto: Além do mais o que vês aí é apenas uma fotocópia, o original já está depositado na tua conta, portanto, levanta o rabo dessa cadeira e vai ver o que vais fazer nas férias. - sorriu-me.

Eu estava sem palavras, sem dúvida que tinha a melhor família do MUNDO. Não pelo dinheiro que me tinham oferecido, mas pela atitude que tiveram ao me impedirem que tivesse as férias todas a trabalhar.
Não tive reacção com aquela situação toda, apenas me levantei da cadeira e dei um abraço apertado a cada um deles.

Sofia: São a melhor família do Mundo! Vou já telefonar à Clara! - Disse com bastante entusiasmo e apressei-me em sair daquela divisão e ir apanhar o telemóvel.

Dolores (Avó): SOFIA! - Falou mais alto para me chamar.

Sofia: Sim avó - voltei para trás e olhei-a.

Dolores (Avó): Senta-te e termina o jantar - afastou a cadeira onde estava sentada.

Sofia: Tem razão avó, desculpe - fiz o que ela me tinha pedido e entre muita conversa terminámos de jantar.

O meu pai, sendo o Homem da família, quando a minha avó estava lá em casa, estava proibido de fazer o que quer que fosse arrumações domésticas, por isso foi para a sala terminar de ver as notícias e ler o jornal, tal como fazia diariamente, ficando apenas eu e ela na cozinha.

Dolores (Avó): Estás contente? - perguntou-me enquanto lavava a loiça do jantar.

Sofia: Claro que sim avó, muito mesmo - fui sincera - não me estava a agradar muito a ideia de ficar a trabalhar as férias todas... - justifiquei a minha alegria.

Dolores (Avó): E sabes bem que não tinhas de o fazer - interrompeu-me fazendo-me lembrar o que me tinha dito no início do ano lectivo que tinha completado.

Sofia: Eu sei avó, disse-me que me pagava os gastos na universidade, mas a senhora também já sabe como sou e a ideia que tenho - a minha avó assentiu afirmativamente com a cabeça para que eu soubesse que sabia perfeitamente o que queria dizer. - e sabe também que não vou mudar de opinião.

Dolores (Avó): Eu sei que não, por isso não insisto mais nesse assunto. - teve a certeza que a minha ideia não se ia alterar. - mas agora vai lá ter com a Clarinha que eu termino isto - retirou-me o pano da mão, o mesmo que estava a limpar a loiça já lavada.

Sofia: Tem a certeza?

Dolores (Avó): Absoluta, nota-se que estás em pulgas para lhe ires contar as novidades, manda-lhe um beijo para ela e para a mãe e o pai.

Sofia: Serão entregues - sorri - Obrigado avozinha, adoro-te. - dei-lhe um beijo e um abraço rápido, mas apertado.

Dolores (Avó): E eu a ti minha menina.

Saí da cozinha, passando pela sala e dei um beijo rápido ao meu pai.
Entrei no meu quarto e apanhei a minha mala, a chaves e o telemóvel.
Enquanto descia pelo elevador marquei o número de telefone, quase que por instinto e cliquei no botão verde.
O meu pé embatia contra o chão com a ansiedade de ouvir a voz a atender a chamada.

Clara: Sim?  - atendeu ao 7º toque.

Sofia: Porra até que enfim! - refilei.

Clara: Tal é a pressa, estás muito nervosa, que se passa?

Sofia: O que estás a fazer? 

Clara: Estou deitada à espera da novela e no twitter, então?

Sofia:  Então levanta o cú da cama e dentro de 2 minutos quero-te no "Café do Zé", despacha-te que já estou a sair do prémio, prometo que não te vais arrepender - ri-me.

Desliguei a chamada para impedir que me perguntasse o que quer que seja.

**
Já no café, pedi uma Frize de Limão e com os dedos bati freneticamente na mesa.
A Clara chegou (finalmente) ao pé de mim com o ar ofegante, como quem veio a correr.

Clara: Só espero que valha mesmo a pena, porque vim a correr - apontou para o seu ar descompassado.

Sofia: Nem tu sabes - dei-lhe o envelope.

Clara: O que é isso? - estava confusa.

Sofia: O que a minha família me deu e ordenou que te arrastasse comigo nas duas próximas semanas.

Clara: 5.000€????!!!  - não estava a acreditar - mas onde vais nas duas próximas semanas?

Sofia: rectifico... vamos - corrigi-a - vamos de férias e temos isso tudo para gastar em duas semanas - sorri-lhe.

Clara: E onde é que eu entro nisso?

Sofia: O meu pai exigiu que te levasse, nem tinha piada sem ti.

Clara: Então temos de escolher para onde vamos.

Sofia: Isso mesmo, vai para casa e procura sítio que queiras ir, que eu vou procurar os trabalhos para o verão.

Clara: Já estou ansiosa - mexeu-se na cadeira entusiasmada.

Sofia: Vai ser as férias que sempre sonhámos. - Levantei-me da cadeira, fui ao interior do café e paguei o consumo.

Cheguei cá fora e a Clara já tinha ido embora.
Fiz o mesmo.

**
Apesar de ter demorado pouco, quando abri a porta de casa senti um silêncio acolhedor.
Segui em direcção ao quarto e vesti o pijama deitando-me logo de seguida.
Liguei o portátil e fiz tudo o que tinha para fazer.
Passava pouco da meia-noite e verifico a minha caixa de correio electrónica, verificando o email que a minha melhor amigo que me tinha enviado, onde incluía as suas ideias.
Sinceramente adorei e melhor não conseguia.

Anotei tudo na minha agenda e desliguei o computador, regulei o despertador e fechei os olhos adormecendo de imediato.



Qual serão os planos de férias?
fico muito feliz por estarem a acompanhar esta fic.
Sinceramente não sei "quem me deseja tanto mal" que insiste em terminar com os meus projectos :(
Desde que haja criatividade  e leitores não conseguem nada.
Beijinhos


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